terça-feira, 17 de setembro de 2024

Saudade.

" A saudade é condição necessária, mas não é condição suficiente "


Cara pessoa que eu tanto amo,


Gostava de dizer "Cara pessoa que eu tanto amava " , mas infelizmente tal não é possível.

Por mil e uma razões , mas especialmente porque não consigo parar de reviver todas as palavras, todos os atos , todas as situações. 

Porque contigo as cores do mundo são mais vivas. Porque contigo o fogo queima devagar.


Antes do que aconteceu , eu acreditava no destino. Que por alguma razão nunca tínhamos deixado de ter noção da existência um do outro. Que haveria uma razão qualquer para o universo nos estar a juntar. 


Estava pronta para carregar no botão de auto-destruição , assumir as consequências do que seria. Porque na verdade pensei que foi aquilo para o qual me estive a preparar a minha vida inteira. Para aquele sentimento de completude. Como se finalmente todas as peças do puzzle tivessem encaixado perfeitamente. Como se fosse suposto ser assim. Como se o universo simplesmente tivesse esperado por este momento para que tudo se alinhasse por nós.


E não foi isso que aconteceu. O botão de auto-destruição foi usado para destruir tudo o que foi criado , sem olhar para trás. 

E sair enquanto queremos ficar é no fundo das coisas mais tristes do mundo. Porque é como se cada flashback custasse um pedaço da minha alma que ficou teu e não meu. 


E estou a lutar por recuperar todos os pedaços. Lentamente. A cada dia é mais difícil exigir de mim a energia necessária para bloquear tanto as memórias quanto a saudade. A vontade de voltar atrás na minha decisão, mesmo sabendo que ia causar o caos armado novamente na minha vida.


Que sem ti tenho a paz e contigo tenho a guerra. E parte de mim continua de arma na mão , à tua espera. Mesmo sabendo que não vens. Mesmo sabendo que é melhor para mim que não venhas. Mesmo sabendo que somos pessoas completamente diferentes, mas ao mesmo tempo tão iguais. 


Mesmo sabendo que a tua alma toca a minha como mais nenhuma tocou. Mesmo sabendo que quando ouço a tua voz na minha cabeça me estou a perder mais um pouco. 


Tenho de aceitar o fim como um início , como uma melhoria , como uma oportunidade para mim. Como uma maneira de eu correr atrás do destino do qual tu foges tão depressa. E é essa a diferença entre nós. Não sou cobarde. Não fujo das minhas lutas. Não fujo das minhas responsabilidades. Só fugi de ti. 

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

De mim, para ti.

Tenho saudades tuas.

E sem qualquer tipo de razão ou explicações, porque sei que no fundo não me és suficiente.

E eu não consigo lidar com esse facto. Com o facto de ter saudades tuas. De seres um ponto fraco para mim.


E hoje eu vejo que a culpa é minha . As regras do jogo foram explicadas desde o início. Eu simplesmente achei que era especial e que ia conseguir mudar o mundo , porque sou muito boa e eu sou eu.

Achei que por mera vontade iria conseguir mudar as coisas. Porque eu merecia. Porque eu achei que merecia o palácio e a carruagem e o príncipe e as coisas lindas todas. E na verdade até mereço , mas estava a pedir à pessoa errada. 

E a pessoa errada pareceu durante tanto tempo a pessoa certa, porque se fez tudo o que se faz com uma pessoa certa. Todas as coisas bonitas. Todas as coisas que deviam fazer bem. Que deviam mudar o mundo. 

Mas não mudam porque não é o tipo de pessoa que tu és. E eu tenho de aceitar isso. Por muito que me custe, tenho de aceitar que não fui boa o suficiente para mudar a situação. Que não consegui fazer aquela parte do milagre que leva ao "felizes para sempre ". Que foi só um enchimento de chouriços e uma inutilidade. Um erro , no fundo. 

E errada não estou quando o digo. Porque nem eu estava à espera de o cometer , assim como não estava à espera de persistir nele, de cabeça a bater na parede uma e outra e outra vez, até tudo o que ouço é o som oco da mesma.

Revolta-me não ter sido capaz de gerar outro fim. Não só por ego , porque ele também importa, mas porque não consigo lidar com o vazio que deixaste. Porque é um vazio em cima de vazio. Porque me sufoca. Porque estou simplesmente a tentar não quebrar, todos os dias , e não consigo deixar de pensar que podia ter sido diferente. Que poderia ter sido bonito. Que o destino , o universo, o que quer que exista , podia ter feito mais por nós.

Que podia ter feito um " nós ". 


Mas não só não houve um "nós", como são 2 da manhã , mais de um mês depois , e estou a chorar a pensar nisto. Como se fosse salvar alguma coisa. Como se alguma vez tivesse saído do ponto em que sou um buraco sem fundo de sofrimento. Como se eu tivesse a hipótese de ser feliz. Como se pudessem existir dias diferentes uns dos outros , em que realmente exista uma esperança de um final diferente. Mas não existem. Porque tudo isso ficou contigo. 

Sei que isto não é só amor. Que também são quilos de ego ferido. Do que não se fez , de um final feliz que não aconteceu. De tornar as estrelas , os pirilampos e os meteoritos numa coisa palpável, em que eu pudesse me sentir pessoa , para além de tudo o que eu já sentia.


E hoje em dia coloco a magia de lado e já não acredito nela , porque ela também não acredita em mim. Porque se assim o fosse, teríamos ficado juntos. Porque era isso o "certo". Porque era isso o que merecia. Porque apesar de todos os teus defeitos, e dos meus em particular, tudo o que eu queria fazer era amar-te e ser amada de volta. 

Simples , leve, coeso.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Pensamentos de Maio


Esperam que tenhamos boas notas , que estudemos. Esperam isso e mais alguma coisa mesmo quando a matéria não é minimamente interessante , quando não é dada de maneira a torná-la apelativa. Esperam que sejamos mais do que decorar e despejar , esperam que Trabalhemos x horas semanais para tal cadeira mesmo quando o nosso horário muitas vezes já é de si horrível . Esperam que não cedamos à pressão , mas que também não cedamos à preguiça, que nos mantenhamos organizados e com a matéria sabida. Mas como? pergunto eu . Como conseguimos passar anos a fio a trabalhar como máquinas , a alimentar o nosso cérebro com a informação X para o teste Z para se um dia nos perguntarem algo sobre isso não vamos saber? Não vamos saber porque "tínhamos mesmo de passar à cadeira tal , ou à disciplina X " então foi tudo a toque de "tenho de decorar isto até amanhã " . Perceber é coisa do passado , e porquê?  Porque seja onde for nos impingem disciplinas e cadeiras que nós não escolhemos ,  que andamos a arrastar o monte de apontamentos até à última porque quando olhamos para aquilo o desinteresse pessoal é tão grande que alimenta o deixar para  a última da hora . Mesmo quando não deixamos acumular , vem a frustração , o ter de passar , o ter de contentar com um 10 se correr menos bem, o pânico que isso vai causar na média . Até quando teremos de viver com um "tenho de passar a isto, vou marrar isto tudo " em vez de " esta disciplina é fascinante , tenho de saber mais sobre isto " ? Até quando vamos ser todos postos no mesmo pote, sendo que todos assumem que sabemos tudo sobre X e Y e não sabemos porque fomos obrigados a estudar e despejar?  Até quando vão haver pessoas a desistir do que gostam porque não há emprego , e tem de gramar com 4 anos de um curso que nunca foi o seu sonho?  Até quando os nossos sonhos vão ser cortados?  Até onde querem levar o nosso desinteresse? 
Até quando vamos ter de lidar com professores que não foram talhados para o cargo, que ao contrário de nos podermos queixar deles por nos atirar com matéria, simplesmente não fazem nada por nós. Deixam-nos vaguear pela cadeira que estes leccionam, sempre na esperança de passar à mesma, sabendo que nada do que provém dali será minimamente construtivo. Dão-nos investigadores e não professores. Dão-nos um fardo e não um interesse. Dão-nos tudo, menos o que realmente precisamos. 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

σ qυє ѕє єη¢σητяα ησѕ яαѕ¢υηнσѕ...


Então, abri os olhos. Abri os olhos e depois de tantas horas a pensar inconscientemente, a acordar de um sono pouco profundo de tempos em tempos, senti-me exausta. Drenada. Como se a minha alma se tivesse esvaziado durante aquele tempo de descanso tão impuro. Como se toda a minha dor tivesse aumentado numa concentração aquosa de todas as lágrimas que podia ter chorado e não chorei. E os segundos vão passando enquanto eu repetia o que já era tão hábito fazer diariamente. E dessa vez não pude evitar pensar. Não pude evitar cair naquela mágoa tão grande que tanto alcançava o meu coração, enquanto eu desejava fugir de mim mesma e não ter ouvido aquelas palavras que passaram a barreira imposta à minha alma e tocaram o meu espírito de maneira tão cruel e fria. Toda a minha paciência e concentração foram abaladas pela vibração daqueles sentimentos tão antigos que eu já nem reconhecia como sendo meus. Então caí, como um anjo de asas brancas e puras a quem foi tirado o coração, anjo esse que criou um ódio tão grande por si mesmo e para com o mundo que as suas asas se tornaram negras como o ébano. E entendi então que nada em mim estava pronto para sentir. Nada em mim estava pronto para estar exposto à mágoa e ao sofrimento. Nada em mim estava pronto para amar. E portanto ali estava eu, junto àquela porta gigante que servia de passagem para o mundo pertencente ao meu coração, sem sentir, desprecavida. E tinha tentado tanto passar pela porta que estava marcada de todas as tentativas vãs de conseguir o meu coração de volta. O que eu era, perdi. O que eu senti, não sinto mais. Fui abandonada à sorte de um pensamento contínuo e insaciável, de uma alma impura e inquieta que não me deixava viver a não ser na sombra, pois todo o meu ser fugia da luz. E cada vez mais me sentia arrastada para um mundo que não era o meu. Sentia pedaços de mim serem roubados e estilhaçados, contra uma parede invisível que eu quase passara a temer. Eu era a escuridão, não a luz. Eu era, e sou, a dor. O sofrimento, as lágrimas reprimidas e a falta de sentimentos de culpa. E essa sou eu, independentemente do que faça ou diga. Sou um conjunto de pedaços de nada, que se revolta de quando em vez para perder pequenos pedaços e pequenas qualidades adquiridas. Sou como uma águia que voa alto, mas como um boomerang que volta sempre ao mesmo lugar de onde outrora partiu. Eu sou, meu bem, o início e o fim. Sou uma poça de dor e cansaço. Sou uma mentira vivida, uma canção inventada. Sou a pessoa que acorda e não sente. Sou a pessoa que deseja tanto mas mente. Sou a perdição do sol, a escuridão tentada. Sou um pedaço vazio de tudo o que havia e se perdeu, até não sobrar nada.
E finalmente, meu amor, sou aquela que tens de deixar a cada amanhã. Sou aquela que tudo estilhaçará, independentemente do que sinta, independentemente do que faça. Sou um destino vazio, um ponto de vista mais além, preso a uma eterna fuga da luminosidade do dia. E é por isso que tenho de partir. É por isso que não posso ficar. É por isso, que para não ser uma desilusão tão grande, tenho de dizer adeus, esquecendo todos os meus egoísmos e vontades, e abraçando a escuridão onde tantas vezes encontrei a paz. Porque no final de contas, apenas preciso de um sítio escuro e quente, onde possa sempre voltar. 

ℓσѕτ ιη τнє ηιgнτ


 Às vezes é difícil admitir os erros quando os cometemos e, embora tenhas sido um erro, foste um erro feliz. Um erro que me trouxe alegria, que me fez sorrir, que tornou ainda melhor uma semana especial.  Às vezes o que nos marca não são as pessoas, são os momentos que essas pessoas nos fazem viver. E talvez nunca tenha pensado bem no assunto, mas aquela noite de conversa marcou uma das semanas mais especiais da minha vida. Porque eu estava num lugar novo, com pessoas novas, e tu fizeste o “ouro sobre azul”. Não espero que volte a acontecer de novo, mas de quando em vez, como esta manhã ouço a tua voz na minha cabeça, ainda meio distorcida pelo meu estado ébrio. Ouço a felicidade nas minhas veias, e o quanto esse momento contou para mim. Mas mais nada foi que isso, um momento. Algo especial que aconteceu e que não se vai repetir. Porque na vida os melhores momentos são aqueles que não se podem repetir, que apenas decorrem naquele replay mental que tantas vezes fazemos.
 São aqueles momentos que nos fazem rir quando estamos tristes, mas que também podem diminuir a nossa felicidade quando ela nos ultrapassa. Talvez não consiga esquecer porque, por mais acções más que eu tome, ainda ouço a tua voz na minha cabeça a avisar-me e a aconselhar-me. Talvez seja por isso que me dá tanto gosto errar. Porque talvez vá contra os teus conselhos, que, apesar de certos, já nada valem para mim. Talvez seja por voltar tantas vezes aquela noite que ela já perdeu parte do seu brilho especial. Pela análise, pelo arrependimento, por querer mudar a magia nessa noite. Por querer que não estivesse tanto calor, por querer um estado menos feliz e mais capaz de analisar as tuas palavras. Por desejar um raciocínio rápido e calculista, quando tudo o que tinha de momento era uma vontade enorme de rir e uma vontade igualmente enorme de te abraçar. Não posso esperar que me entendas, não posso esperar que voltes. Posso apenas garantir que, embora não tenha esquecido, sei perfeitamente o que a tua presença implicaria no momento presente. Dor, sofrimento, pensamento calculista e cruel. Está misturado nas coisas boas, agradáveis, completas, mas está lá. E não muda. Mas aparentemente, mesmo continuando a cometer o mesmo desagradável mas prazenteiro erro, mudei. Mudei porque se me tivessem dado oportunidade, o meu eu anterior voltaria aquela noite sem pestanejar, enquanto eu hoje viraria costas orgulhosamente. Porque o orgulho é maior que tudo, possivelmente maior que o amor.  E tem vezes em que apenas a análise fria das coisas bonitas nos salva, porque nos faz cair na invariável realidade de que tudo tem um fim. Nada dura para sempre, nada é infinito. Tudo perece, tudo termina. Tudo evolui, tudo cresce. 

sábado, 7 de dezembro de 2013

ℓινє- ѕмιℓє- ℓαυgн


Sabes aquele sentimento em que parece que tudo vai mudar? Que te vais acertar, que vais deixar de ter atitudes deprimentes, que vais mudar tudo. Que vais pegar nos retalhos de coisas que já aconteceram num dia passado e construir uma nova vida, livre, pura, sem maldade. Sabes esse sentimento? É treta. Podes conseguir mudar por um mês, dois meses, mas depressa a tua essência vai voltar ao teu corpo. Depressa ela vai tomar conta de ti de novo, vai te reensinar a viver da maneira como vivias antes, como se tivesses esquecido. Todas as tuas esperanças vão voltar. Todas as coisas contra que lutaste, todas as memórias boas e más. Por mais que tentes mudar quem és, não podes apagar a tua história, não podes construir alguém que não existe. Porque isso vai simplesmente matar-te por dentro. Não podes dizer-te o que sentir ou o que fazer. Não podes tentar mudar a tua essência. Por mais que aches que nasceste de novo, que tal como uma fénix te ergues sobre novos territórios, irás errar. Irás caminhar em falso. Porque não é o que conheces. Por vezes o desconhecido é, bom, é fácil. Melhor que aguentar a vida que temos normalmente. Melhor do que acordar todos os dias e sentir a frustração de não evoluir.  

No entanto, podes manter esse sentimento guardado. Concentrar-te na tua vida, nos teus objectivos, no que mais desejas conseguir e guardar a tua essência a sete chaves até teres espaço mental para lidar com ela. Para coexistirem no mesmo corpo.  Até teres o sangue a correr puro nas veias o suficiente para aguentar a injecção de malefícios de novo. Até poderes largar a agenda ocupada para lidar com assuntos do corpo e do coração. Até teres controlo na situação, embora não tenhas controlo sobre ti.



Porque a vida evolui, porque a vida prossegue. Porque tu és tu e o que és nunca vai morrer. Porque vais ser sempre uma chama viva no teu próprio coração. Porque vais ter possibilidade de construir um caminho. Porque vais ter um futuro, uma vida, algo construído por ti. Porque um dia podes morrer mas o teu legado nunca morrerá. Porque és eterno, mesmo sem seres. Porque quando respiras marcas um lugar só teu. Porque somos tempo, espaço e infinito. Porque somos indefinidos. Porque somos nós. 

sábado, 12 de janeiro de 2013

αgαιη


Não sei por quantas vezes o medo já me aprisionou dentro de mim mesma. Nem sei quantas vezes mais o fará. Lembro-me tão bem da sensação, o medo a controlar todas as outras emoções, a levar a becos sem saída, a espalmar-me entre a espada e a parede. O medo de perder, de deixar cair algo precioso, aquele simples facto de saber que se algo fugir do controlo tudo se poderá perder, e muito sinceramente, não consigo viver com a dúvida. Não consigo imaginar o sentimento que uma mudança trágica faria em mim, depois de tanta coisa ter já mudado. Não consigo conceber o quão magoada, desarranjada e quebrada eu ficaria, nem mesmo quando já prometi nunca mais me quebrar. Não consigo imaginar o mundo novamente, não conseguia saber como achar tudo aquilo que um dia conseguiu fazer-me deixar de ter medo. Não sei se seria capaz de me congelar de novo quando o sol radioso brilha dentro de mim. A dúvida persiste, não por falta de confiança, não por falta de amor, mas porque sem provas em contrário a duvida está lá para ser provada e comprovada até o erro ser mínimo. Porque se não houver erro, não há dano, e aqui já houve danos demais. Danos talvez irreparáveis, que não me permitem ter total confiança em ninguém. Danos que me relembram da sua existência quando eu menos espero e que me fazem escorrer uma lágrima pela face, simplesmente ao pensar numa cadeia de acontecimentos que fariam o mundo que hoje conheço ficar semelhante a um iceberg como um dia ele foi. Frio, gelado, sem sol. Noite permanente. Sem saída, sem planos, sem alegria. Sem sorrisos verdadeiros, sem o brilho nos olhos. Gelo e nada mais que gelo. Frio e nada mais que frio, daqueles que sentimos no mais profundo do nosso ser. Virar gelo novamente seria como quebrar –me de novo em pedaços, reinventar-me em algo que está perdido, e dessa vez, para sempre. Sem retorno, sem teletransporte para um mundo melhor. Sem asas para voar, para fugir para longe. Seria a escuridão sem luar, sem estrelas, apenas negro, apenas o fim. Algo para o qual eu estou tão impreparada, tão profundamente cega depois de ter visto o sol radioso brilhar a cada manhã. Não quero o frio de novo. Acho que me fartei do frio, que me habituei demais ao calor. Acho que mudei. Que adquiri algumas fragilidades, que talvez nem me dê ao trabalho de consertar… Pergunto-me onde está a minha essência, onde está aquilo que construí, e no meio da resposta encontro o que me fez mudar. E isso tem mais valor agora do que tinha antes. Porque nunca tomei consciência do quanto eu podia ser capaz de amar depois de ter perdido tanto. Depois de ter só visto dor no meu coração, depois de ter achado que não mudaria. Eu amo, e o milagre maior foi exactamente esse. Amar, acreditar, sentir.