terça-feira, 26 de julho de 2016

Pensamentos de Maio


Esperam que tenhamos boas notas , que estudemos. Esperam isso e mais alguma coisa mesmo quando a matéria não é minimamente interessante , quando não é dada de maneira a torná-la apelativa. Esperam que sejamos mais do que decorar e despejar , esperam que Trabalhemos x horas semanais para tal cadeira mesmo quando o nosso horário muitas vezes já é de si horrível . Esperam que não cedamos à pressão , mas que também não cedamos à preguiça, que nos mantenhamos organizados e com a matéria sabida. Mas como? pergunto eu . Como conseguimos passar anos a fio a trabalhar como máquinas , a alimentar o nosso cérebro com a informação X para o teste Z para se um dia nos perguntarem algo sobre isso não vamos saber? Não vamos saber porque "tínhamos mesmo de passar à cadeira tal , ou à disciplina X " então foi tudo a toque de "tenho de decorar isto até amanhã " . Perceber é coisa do passado , e porquê?  Porque seja onde for nos impingem disciplinas e cadeiras que nós não escolhemos ,  que andamos a arrastar o monte de apontamentos até à última porque quando olhamos para aquilo o desinteresse pessoal é tão grande que alimenta o deixar para  a última da hora . Mesmo quando não deixamos acumular , vem a frustração , o ter de passar , o ter de contentar com um 10 se correr menos bem, o pânico que isso vai causar na média . Até quando teremos de viver com um "tenho de passar a isto, vou marrar isto tudo " em vez de " esta disciplina é fascinante , tenho de saber mais sobre isto " ? Até quando vamos ser todos postos no mesmo pote, sendo que todos assumem que sabemos tudo sobre X e Y e não sabemos porque fomos obrigados a estudar e despejar?  Até quando vão haver pessoas a desistir do que gostam porque não há emprego , e tem de gramar com 4 anos de um curso que nunca foi o seu sonho?  Até quando os nossos sonhos vão ser cortados?  Até onde querem levar o nosso desinteresse? 
Até quando vamos ter de lidar com professores que não foram talhados para o cargo, que ao contrário de nos podermos queixar deles por nos atirar com matéria, simplesmente não fazem nada por nós. Deixam-nos vaguear pela cadeira que estes leccionam, sempre na esperança de passar à mesma, sabendo que nada do que provém dali será minimamente construtivo. Dão-nos investigadores e não professores. Dão-nos um fardo e não um interesse. Dão-nos tudo, menos o que realmente precisamos. 

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