sábado, 21 de julho de 2012

ρяσcυяσ-τє...






Neste momento coisas de que eu tanto gostava estavam a tornar-se um peso. Uma obrigação. O vazio ficava em lugar da importância que outrora todas aquelas coisas tinham tido para mim. As coisas mudam, as pessoas mudam. Estamos sentados numa cadeira e o tempo faz com que à nossa volta tudo mude. As memórias, essas, ficam guardadas em pedaços selados da minha mente. Partes essas onde um dia eu te guardei, onde secretamente te visitava todas as noites antes do sono profundo tomar conta de mim. E ainda agora eu te via na minha mente, lembrando-me de pequenas lições e de grandes feitos num pequeno coração. No meio de tanta coisa que esqueci no passado, vieram à mente conversas à chuva, desabafos escondidos e murmurados ao vento. Lembrei de como a caneta deslizava pelo papel, querendo ocupar sempre mais e mais espaço, entre pensamentos confusos de uma mente abalada pelas memórias. Agora escrevi tudo num papel e talvez o enterre. Talvez, tal como fiz com aquele papel perfumado, encerre um capítulo. Tanta coisa mudou em segundos. A importância do mundo era relativa comparada a sentir os teus lábios movimentarem-se contra os meus, algo que eu jamais sentirei… Algo que deixei de acreditar ser possível. Não devido a sentimentos vazios, porque o nosso copo não era meio vazio, era meio cheio. Éramos nós meu amor, e as nossas lembranças. E veio uma onda do mar e lavou a minha alma, ficando apenas a realidade dos nossos actos onde o carinho um dia teve lugar. Onde a mente se organizava a si mesma… Onde o que ontem foi e hoje já não é. Talvez ninguém entenda o que sinto, mas eu queria saber se me entendes, se me ouves, se me queres, e se ao fim de tudo, dentro de ti, ainda me procuras. 

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